Cadeia Pública Feminina de Londrina
PROBLEMA SOCIAL
O Brasil é o terceiro país com a maior população carcerária feminina do mundo, ficando apenas atrás de Estados Unidos e China de acordo com o World Female Imprisonment List (2022).
Dados do DEPEN apontam que de 2000 ao 1º semestre de 2022, o encarceramento feminino aumentou 512%. Um crescimento alto que agrava ainda mais as consequências da superlotação nas unidades penitenciárias; afetando a saúde mental e física das egressas, a segurança dos funcionários e as perspectivas de reabilitação.
Além disso, ao entrarem na prisão, muitas mulheres sofrem a solidão vivida no cárcere. Ao contrário das cadeias masculinas que formam filas imensas em dia de visita, o abandono das mulheres é uma realidade em todas as prisões femininas. Segundo o Conselho da Comunidade da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Órgão da Execução Penal, estima-se que apenas 20% das presas recebem visitas ou tem algum contato com a família. Sem visitas, essas mulheres não recebem o chamado “jumbo”, pacote com itens de alimentos, higiene pessoal e limpeza, que suprem a insuficiência da demanda disponibilizada pelo Estado.
NOSSO PROJETO
A maisha desenvolve um projeto na Cadeia Pública Feminina de Londrina, oferecendo curso socioeducativo de crochê, como uma ferramenta de educação, que tem como objetivo compartilhar conhecimento e dar a oportunidade de inseri-las no processo criativo e de produção, como forma de demonstrarem seus valores, estimulando o desenvolvimento pessoal e social através da reeducação em seu tempo ocioso.
Inserido na categoria educação, ao completarem 12 horas de curso, as alunas recebem um certificado e o direito de um dia de remição da pena, conforme descrita pela Lei 12.433, de 2011.
O valor pela mão-de-obra é destinado para a compra de itens permitidos no envio de sacola e SEDEX na unidade, como por exemplo, alimentos, itens de higiene pessoal e de limpeza.
RAZÃO
A grande maioria das detentas não tiveram melhores oportunidades ao longo de suas vidas. Acreditamos que a reeducação é valiosa para a mudança de comportamento e, pode sim, contribuir para a redução da reincidência e dos delitos dentro e fora da cadeia.
Não queremos anular seus crimes e delitos, queremos humanizar olhares e enxergá-las como seres humanos. Apesar dos crimes e erros, elas possuem uma vida e por lei, merecem o mínimo de dignidade.
Hoje, contamos com 5 alunas que desenvolvem os produtos de crochê da maisha e que estão disponíveis para venda!
Logo abaixo, compartilhamos os nossos indicadores e os resultados do nosso projeto!
DADOS COLETADOS